Morte Querida,
Nós duas sabemos muito bem que mais cedo ou mais tarde você vai chegar. Mas, sinceramente, eu não tenho medo de você!
É claro que eu penso em você, em como você vai chegar e se eu pudesse escolher, preferiria que você fosse rápida e que viesse na hora certa, (entende-se por hora certa o período entre os 70 e 80 anos, ok?).
Uma amiga budista me disse que o ideal é toda noite antes de dormir imaginar sua chegada de um jeito, uma noite você chega me enforcando, na outra me afogando e assim por diante que é para eu me acostumar c você.
Acho melhor imaginar sua chegada para as pessoas que eu amo e não para mim, já que eu sofro demais quando você leva alguém que eu gosto.
Nunca vou esquecer quando você levou embora minha melhor amiga. Morte estúpida!
Você é tão inconveniente, intolerante e egoísta! Ou será que a egoísta sou eu? Você me lembra toda hora do quanto eu sou mimada e insignificante...
Até quando você me aparece de forma simbólica, quando alguém resolve deixar de existir para mim... O vazio que você deixa é tão cruel!
Pelo amor de Deus, seja mais sensata, haja com o mínimo de bom senso!
E para acabar com essa nossa conversinha fúnebre, eu só te peço um favor, da próxima vez que aparecer seja discreta!
Sem mais.
Carol
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