quarta-feira, 2 de março de 2011

Tema 23 - Pegação no trabalho


14:35 – Toca o telefone...


- Oi, saudades de vc...

- Eu tb... não vejo a hora de sairmos daqui.

- Calma... em 4 horas a gente sai e, aí, a noite é uma criança...

- Aiai... preciso agüentar até lá para vc me levar às estrelas?

- Precisa gatinha... precisa.


16:03 – Chega um sms.

- Não agüento mais... vou subir aí.


Eu ligo pra ela e sussurro.

- Não! Sossega que daqui a pouco te dou um sossega leoa.

- Hmmmm.... jura?

- Juro. E se vc se comportar, vou sugar toda sua energia...

- Ah.... mmmm...


17:12 – Ela chega na minha mesa.

-Não tem jeito, não agüento. Te quero agora!

- Vc enloqueceu???? Ta cheio de gente aqui!

-Tá, mas não me importo. Só quero te sentir... ser possuída por você.

- Daqui uma hora gente sai!

- Tá bom...


17:45 – Ela liga.

- Me encontra agora no banheiro de deficientes...

- Vc endoidou de vez?

- Sim... estou completamente alucinada por vc... Vem logo ou vou pegar o primeiro cara que passar aqui...

- Tô indo...


17:49 – Eu chego... Ela me joga para dentro do banheiro e num movimento só tranca a porta e abre a blusa...

A tensão e o medo de ser pego são enormes... o que nos deixa ainda mais excitados...

Tudo é rápido, silencioso e frenético.

Os hormônios vão às alturas, me sinto como um moleque de 15 anos...


18:05 - Chego na minha mesa, meio descabelado, meio amarrotado, mas ainda dá tempo de ligar para a secretária:

- Dona Matilde, a sra já enviou os memorandos que pedi?



Luciano

Tema 23 - Pegação no trabalho

Bolo e Café

Nada mais estranho que a animalidade humana. E nada mais humano...

Certa feita vi um cão, um cão e sua matilha, sua matilha e sua ninhada. Vi o que via em
qualquer esquina, vi o que via em qualquer família de hominídeos. Vi e continuaria vendo pro
resto da vida desde que almejasse que à vida um resto fosse guardado. Via e olhava ao redor.
Desci uma ladeira, o sol a pino me esquentava, fervia minhas espaldas, fui de camisa preta,
diria até no auge da minha alucinação de veraneio que era feita de um preto mais escuro
que os outros, quase uma frigideira de teflon, faltando só o ovo a ser estalado. Caminhei e
caminhei, até chegar à porta do meu escritório.

Meu escritório ficava à Rua Major Diogo, próximo ao minhocão. Muito trabalho
naquele dia chegara à minha mesa, e assim deveria ser, pois eu era o dono, o faxineiro, o
pedreiro, e o executivo mor, e o cara que colocava trabalho na merda da minha mesa naquela
espelunca. Espelunca não! Escritório! Respeito é bom! Essa vizinhança ainda me enlouquece!
Sempre resolvem chamar meu escritório de espelunca. Naquela semana de Janeiro resolvi
diversificar meus negócios, contratei mais free-lancers para atender à crescente demanda que
se revelava apesar da crise. Há coisas, como comer, que não há crise que diminua a demanda,
talvez a oferta, mas a demanda jamais! Aí era onde se inseria meu famigerado afazer.

Trrrrrriiiiimmmm (campainha). Sônia chegou.

- Bom dia Sônia, como está bonita. Porque não passa um lápis nos olhos pra ficar
perfeita?

- Perfeita eu! Quê isso Seu Carlos.

- O trabalho tem dessas coisas minha querida. Quem não almeja a perfeição?

- Assim você me deixa acanhada Seu Carlos.

- Enfim... Tenho trabalho pra você hoje. Quer?

- Rua Aurora 275. Procure por Silvio ou Silvia, são gêmeos. Não vá se confundir heim!

- O devo fazer? O de sempre? Qual dos dois devo privilegiar?

- Mas qual atendo primeiro Seu Carlos?

- Já disse que não faço isso! Gosto de ser valorizada pelo meu ofício, se sair algo err...

- Te pago o dobro - Interrompendo-a.

- Às 23. Leve seu espartilho pras coisas sairem perfeitas. E não se esqueça do lápis!

Saiu e foi se arrumar ainda mais, o espartilho negro combinava com a ocasião. Dois de
uma vez só! Não vou agüentar. Apesar de que uma é mulher, assim poderei penetrá-la com
mais facilidade, normalmente nós mulheres relutamos menos, a fragilidade do corpo nos fez
assim. E de mais a mais estamos mais acostumadas com as dores misturadas ao prazer. Os
gêmeos só ficariam em casa até as 23h15min, era aniversário deles e comemorariam num
boteco no Arouche, caso Sônia não chegasse a tempo o trabalho que teve para pintar os olhos
seria em vão.

Chegou às 23:07, Silvio já estava quase pronto e Silvia colocando a calcinha nova para
a ocasião, provavelmente Diógenes estaria à sua espera no boteco para comemorarem juntos.
Sônia não teve trabalho para arrombar a porta, pois estava aberta. Ao fundo, perto da janela,
Silvio se perfumava, saindo de um quarto à direita Silvia com um pé descalço e o outro a ser
calçado por um sapato roxo de 10 cm de salto precipitou sua presença. Abriu a blusa e o corpo
que habitava aquele espartilho de azeviche somado à estupefação do ato fez de Silvio um ser
inerte, frágil e a primeira vítima. Do seio esquerdo Sônia sacou uma faca afiada, tipo Rambo,
e atacou a uma distância de 5 metros, atingindo o centro da testa, entre os olhos, o 3º olho,
a consciência hindu, Silvio caiu inconsciente. Silvia tentou a fuga, mas Sônia a atingiu com um
golpe de punhal no baço que sacara do outro seio. Silvia foi poupada por alguns instantes,
Sônia deliciava-se com a resistência da dor feminina, mas estava a trabalho e regozijava-se de
seu profissionalismo. Deixou-a ao solo a gemer enquanto retocava a maquilagem no espelho
do banheiro, o lápis estava decomposto, Odeio lápis! Retornou e com um tiro no meio da testa
finalizou com o pouco de vida que restava em Silvia, Silvio moribundo morreria com o tempo.
Bateu a porta ao fundo e despediu-se deixando um pedaço de bolo de laranja e uma jarra de
café no criado-mudo.

- Tome o envelope, deposite na conta do Rio e vá pra Copacabana na terça, lá estará
Sérgio, um outro cliente. Esse é grã-fino, portanto capriche no lápis.

- Puta que pariu Seu Carlos! Detesto lápis!

- Pode me chamar de Carlos Sônia.

- Eu num gosto desse troço no meu olho... Carlos!

- Então não precisa, basta o espartilho, aquele que te dei, não o preto.

Deitaram-se à mesa do escritório, o único lugar não úmido do local. Do espartilho
Sônia sacou dois lindos seios a refletirem a luz fosforescente que deixava a conta mais barata
e se rasgaram as outras peças de roupa. No dia seguinte não se viu Carlos chegar ao escritório,
pois não havia saído. À mesa seca um bolo inteiro de laranja e uma jarra de café mataram a
fome dos investigadores.


Rodrigo Romera

Tema 23 - Pegação no trabalho

PEGAÇÃO NO TRABALHO

Primeira segunda-feira do horário de verão, esqueci de adiantar o despertador, acordei com uma hora de atraso.

Correria total! Café da manhã? Nem em sonho!

E trânsito, muito trânsito... E calor, muito calor...

Cheguei ao trabalho, elevador quebrado. Ok, estou precisando mesmo de exercícios (sete andares de escada).

Entrei na minha sala, aleluia!

Em cima da minha mesa um recado: “Já são 10h, onde você está? Me entregue um relatório dos nossos projetos em andamento até a hora do almoço. Ass: Miranda (chefe ‘boazinha’)”.

Como assim? Socorro!!!

Ligo o computador voando para pegar todos os dados do relatório e, de repente, uma mensagem curta e grossa aparece no monitor: “Devido a problemas na tabela de partição do HD seus
arquivos não podem ser acessados”.

Reação: cólica, piriri, choro...

Cinco minutos depois: ligação desesperada para o STI.

UFA! Eles vão me mandar um técnico...

10 minutos e nada.

15 minutos e nada.

20 minutos e nada.

25 minutos depois, surge alguém na porta.

Fui levantando o olhar devagar, nossa ele é alto, hum ele é negro, meu Deus que homem é esse???

Ele era uma mistura de Seu Jorge, Tony Garrido e os jogadores da NBA (os melhores deles). Lindo, lindo, lindo!!!

De repente a minha sorte começou a mudar...

Ele disse:

- Carolina.

- Sim.

- Sou o PAUlo, técnico de informática, foi a senhora que abriu um chamado?

- Sim.

Para qualquer outra pessoa eu teria dito que senhora é a vó, mas para o PAUlo eu só conseguia dizer sim, sim, sim...

Ele se sentou na frente do computador e em cinco minutos ele resolveu o problema, já se levantando, ele começou a me explicar o que tinha acontecido com o computador.

Mas eu não conseguia prestar atenção em nada, só ficava imaginando aquela voz grave falando coisas ao meu ouvido (poderia até sobre informática, nem me importaria...). Imaginava aquela
barba por fazer arranhando a minha nuca, aquelas mãos enormes apertando a minha bunda. E não agüentei, tive que perguntar:

- Você pode ficar mais um pouquinho?

Foi a vez de ele responder: SIM.

Não pensei duas vezes, tranquei a porta da sala e empurrei o PAUlo contra a parede.

Nos beijamos com tanta força que até perdi o fôlego. Que pegada era aquela?

Fui descendo as minhas mãos, arranhando as costas dele. Cheguei na bunda, hum era bem durinha e grande, já imaginei a potência do impulso daquela bunda!

Abri a calça jeans dele e, claro, o pau do PAUlo era o maior, mais grosso e mais duro que eu já tinha visto. Caí de boca!

Depois foi ele que me jogou na mesa, abaixou a minha blusa e beijou meus seios dando mordidinhas que me arrepiavam inteira, então levantou a minha saia e me chupou de um jeito muito bom. A melhor chupada da vida!

Quando eu já estava delirando de prazer ele me colocou em pé, de costas para ele, apoiada na mesa e UOU! Achei que fosse sair pela garganta, mas não. Foi bom, muito bom!

Nós dois gozamos juntos, que espetáculo!!!

Então ele saiu, levantou a calça e eu lembrei do relatório.

- PAUlo, muito obrigada, muito obrigada mesmo!

Ele disse que era para eu chamá-lo sempre que precisasse (claro que eu vou precisar) e se foi.

Fiz o relatório ainda ofegante, no mesmo ritmo do sexo. E quer saber? Ficou perfeito e pronto antes da hora! Deu até para almoçar, que luxo...

O mais engraçado é que pelo resto do dia a música que não saía da minha cabeça era o hino do São PAUlo:

“Tu és forte, tu és grande

Dentre os grandes és o primeiro”

(...)

“De São PAUlo tens o nome

Que ostentas dignamente”

(...)

“Tuas cores gloriosas

Despertam amor febril”...


Carol

Tema 22 - Amorfo

AMORFO

Ele saiu pela porta e eu me deparei comigo mesma. Sozinha. Amorfa. Sem forma definida. Sem vivacidade. Sem energia. Inativa. Disforme (de tanto chorar). Apática.

Num estado que beirava o horrendo, monstruoso.

Olhei no espelho e pensei: “Quem é essa pessoa?” “Qual a sua identidade?” “Do que ela gosta?” “Do que não gosta?” “O que ela quer para ela?”.

E a única resposta que me vinha para todas essas perguntas era: “Não sei.”.

Então tentei achar a causa dessa amorfidade que tomava conta de mim: “Quando foi que eu me esqueci de mim?” “Quando foi que eu passei a me importar mais com os outros do que comigo
mesma?” “Quando eu deixei de viver a minha vida para viver a vida do outro?” “Quando foi que eu me entreguei sem pensar?”.

Resposta: “Não sei”.

Sem ter por onde começar, sem achar um ponto de partida, decidi que a estratégia era passar para a ação com o simples e único objetivo de renascer, me descobrir, saber quem eu sou, o que quero para mim.

Deixar de ser amorfa!

E, principalmente, não deixar que ninguém faça isso comigo de novo!


Carol

Tema 22 - Amorfo

Amorfo


Imune às variações

externas.


Se encaixar?

Não...

Nada de assumir formas,

padrões pré-definidos.


Isso é para os fracos.


Aos fortes ficam

a beleza do

não pertencer.


A simplicidade complexa do

ser.


Só,

ser.




Luciano

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Tema 21 - Morte

Nace una flor un día
y a la misma hora muere un amor”
Fito Paéz


E com a mesma velocidade que surgiram, cada uma das sensações se esvaía conforme as palavras proferidas chegavam aos seus ouvidos.


Não sabia se era a frieza no tom da voz, ou a dureza com a qual cada sentença foi meticulosamente escolhida, ensaiada, lapidada para ferir e não sobrar mais esperanças.


Cada boa lembrança que voltava a sua mente era dinamitada por ações, discursos (ou a falta de ambos), ou qualquer outro motivo que pudesse ser usado como arma nesta batalha de egos chamada relação humana.


No fundo, ainda atordoado com a velocidade e a precisão de cada golpe (será que ela foi treinada pelo Steven Seagal também?), se perguntava se tudo isso era realmente necessário, um “Me desculpe, mas não gosto mais de você” não resolveria?


Provavelmente não, sempre haveria a esperança.


Esperança essa, que tratou de ser aniquilada, para seu próprio bem, ele concluiria depois, mas ainda era cedo para entender...


Dale tiempo al tiempo, diria Rodolfo Paéz, mas a morte não permite esse tempo... não na cabeça dele.


Mas não importava, o que ele pensava não importava, nem para ele mesmo.


Só restava o sepultamento e o luto por cada sensação...


Luciano

Tema 21 - Morte

Morte Querida,

Nós duas sabemos muito bem que mais cedo ou mais tarde você vai chegar. Mas, sinceramente, eu não tenho medo de você!

É claro que eu penso em você, em como você vai chegar e se eu pudesse escolher, preferiria que você fosse rápida e que viesse na hora certa, (entende-se por hora certa o período entre os 70 e 80 anos, ok?).

Uma amiga budista me disse que o ideal é toda noite antes de dormir imaginar sua chegada de um jeito, uma noite você chega me enforcando, na outra me afogando e assim por diante que é para eu me acostumar c você.

Acho melhor imaginar sua chegada para as pessoas que eu amo e não para mim, já que eu sofro demais quando você leva alguém que eu gosto.

Nunca vou esquecer quando você levou embora minha melhor amiga. Morte estúpida!

Você é tão inconveniente, intolerante e egoísta! Ou será que a egoísta sou eu? Você me lembra toda hora do quanto eu sou mimada e insignificante...

Até quando você me aparece de forma simbólica, quando alguém resolve deixar de existir para mim... O vazio que você deixa é tão cruel!

Pelo amor de Deus, seja mais sensata, haja com o mínimo de bom senso!

E para acabar com essa nossa conversinha fúnebre, eu só te peço um favor, da próxima vez que aparecer seja discreta!

Sem mais.

Carol

Tema 21 - Morte

Nascimento e morte

“Morrer deve ser tão frio como na hora do parto/ O melhor lugar do mundo é aqui e
agora” (Gilberto Gil).

Dizem que a esperança e o otimismo são para fracos, tal qual a compaixão para Nietzsche, no que sempre concordei. Quem morre, morre. Morrer, verbo intransitivo.
Pensando nisso e nas bobagens da rotina da vida, à luz da canção de Gil, fui para os braços de Morpheus. A noite não passava, o sono teimava em não chegar e a vida persistia em permanecer viva. Sempre pensei em suicídio, mas não me tomem por covarde ou herói, meu pensamento é fruto de reles curiosidade científica acerca do devir da morte. Talvez para religiosos de qualquer estirpe matar-se deve ser mais fácil e acolhedor, o que justificaria tamanha ojeriza pelo ato, a coisa em si ofusca. Acho por isso pensei em me matar, influenciado por Immanuel e sua tamanha subjetividade para esclarecer o que seria “a coisa em si”. Nunca entendi a questão, nunca me souberam ou a outrem explicar. Dizem que sabem, mas acredito que a teoria está longe do palpável, ou seja, a essência não deve estar aqui, daí a idéia de suicídio.

Matar-se é simples, Hollywood já demonstrou inúmeras vezes como fazê-lo, mas e morrer? O medo da dor supera a curiosidade?, o medo do fim, supera a experiência? De modo que repensei a morte e vi que o problema está no medo, o medo do findar. Pensei em pensar em Deus... quanta bobagem... é melhor dormir.

Acordei às dez e pouco com o cheiro do café, era domingo e o martírio da lida ficou esquecido no labirinto do inconsciente. O cheiro era bom, o café também, mas eu andava atordoado com as questões da madrugada. Tomei o café até o fim, comi biscoitos água e sal com margarina. Estava só no meu canto, nada de amigos ou mulheres a me visitarem nas últimas semana, meu violão calara-se desde a morte de meu cão... Ah morte... Conceito biológico, conceito filosófico, “conceito” religioso... Fiquei assistindo bobagens pela tela da TV e sempre a morte aparecia em minha frente. Mortes duras, escandalosas, serenas, apaixonadas, a morte do amor... Morrer para o amor é se matar vivendo.

Liguei para Beth (se escrevia com H, pois seu nome era Elisabeth como o da rainha) e ela não estava, no meu coração havia morrido há tempos, mas liguei para Beth para me sentir vivo, afinal uma boa transa não mata ninguém e ainda faz suar. Mas ela não estava. No ápice da minha debilidade mental vesti minhas calças jeans e minhas sandálias havaianas para procurar abrigo fora de casa. O vazio das canções sertanejas se apoderou de mim, uma coisa horrível, uma náusea sem sentido, uma coisa pela coisa... Passou, era apenas o “videokê” de um boteco. Ufa! Por um instante pensei que morreria! É não quero morrer. Resolvi continuar a caminhada e deixando que só a morte me separe do amor que renasce em mim a cada boa canção que deixe de falar de amor, ou que fale dele pensando no quanto é boa uma metáfora. Deixe a vida correr com toda sua turvação, não quero o riso dos tolos, tampouco o acolhimento dos religiosos, dê-me a dor com toda sua clareza e perfeição de inerentes! Deixe-me cá com meu desaforo, pois desaforado estou e desse combustível só me mata o que é humano. A ironia é que o mesmo que mata faz viver. Ultimamente ando pensado demais nas contradições... Ah como são boas as canções!

Rodrigo

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Tema 20 - Encontros e desencontros

Timing...

Sincronismo de chances, momentos, disponibilidade, percepção...

Os olhares que se cruzam, o desejo que aflora...

- Te quero... Mas não...

Agora não...

Tempo, espera.

- Esperar?

Já esperei demais.

- Dê tempo ao tempo. Me espere...

- Por quanto tempo?

Quantos suspiros?

Quantas noites mal dormidas, na expectativa?

- O necessário...

- Não posso prometer isso...

Eu quero,

eu esperaria... Mas

não posso.

- Por que?

Nós, juntos, não é motivo?

- é... mas a espera é torturante,

angustiante e

a vida, precisa seguir.


O silêncio... é o único som que se ouve...


A primeira lágrima

escorre.


O primeiro soluço...


O abraço ardente...


- E se... quando eu puder, você não possa mais?

-Teremos que viver com isso...

Por algum motivo,

nossos encontros, sempre são

desencontros...





Luciano

Tema 20 - Encontros e desencontros

Encontros e Desencontros

Como saber se um encontro é “O Encontro” ou se não passa de
um tremendo desencontro?

Poderia estar um encontro causando o desencontro de outros
encontros melhores?

E quando encontros físicos acontecem com um certo
desencontro de ideias? E encontros de ideias que nunca chegam a um
encontro físico?

Será o destino responsável por todos os nossos encontros
e desencontros? Ou são as nossas escolhas que escolhem alguns
encontros e automaticamente excluem muitos outros?

Teriam todos os encontros prazos de validade por certo período
até se tornarem desencontros?

Poderiam alguns desencontros fazer pessoas se encontrarem do
nada?

E como explicar o encontro de duas pessoas, já encontradas
por outras pessoas, numa cidade famosa pelo desencontro de
interesses, se tornar o “Grande Encontro”? E se essas pessoas se
desencontrarem das que eram encontradas antes de se conhecerem
e mesmo assim outros desencontros fazem com que elas só se
encontrem ocasionalmente... Em encontros clandestinos... Tem que
ter explicação?



Carol