quarta-feira, 2 de março de 2011

Tema 22 - Amorfo

AMORFO

Ele saiu pela porta e eu me deparei comigo mesma. Sozinha. Amorfa. Sem forma definida. Sem vivacidade. Sem energia. Inativa. Disforme (de tanto chorar). Apática.

Num estado que beirava o horrendo, monstruoso.

Olhei no espelho e pensei: “Quem é essa pessoa?” “Qual a sua identidade?” “Do que ela gosta?” “Do que não gosta?” “O que ela quer para ela?”.

E a única resposta que me vinha para todas essas perguntas era: “Não sei.”.

Então tentei achar a causa dessa amorfidade que tomava conta de mim: “Quando foi que eu me esqueci de mim?” “Quando foi que eu passei a me importar mais com os outros do que comigo
mesma?” “Quando eu deixei de viver a minha vida para viver a vida do outro?” “Quando foi que eu me entreguei sem pensar?”.

Resposta: “Não sei”.

Sem ter por onde começar, sem achar um ponto de partida, decidi que a estratégia era passar para a ação com o simples e único objetivo de renascer, me descobrir, saber quem eu sou, o que quero para mim.

Deixar de ser amorfa!

E, principalmente, não deixar que ninguém faça isso comigo de novo!


Carol

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