quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Tema 21 - Morte

Nace una flor un día
y a la misma hora muere un amor”
Fito Paéz


E com a mesma velocidade que surgiram, cada uma das sensações se esvaía conforme as palavras proferidas chegavam aos seus ouvidos.


Não sabia se era a frieza no tom da voz, ou a dureza com a qual cada sentença foi meticulosamente escolhida, ensaiada, lapidada para ferir e não sobrar mais esperanças.


Cada boa lembrança que voltava a sua mente era dinamitada por ações, discursos (ou a falta de ambos), ou qualquer outro motivo que pudesse ser usado como arma nesta batalha de egos chamada relação humana.


No fundo, ainda atordoado com a velocidade e a precisão de cada golpe (será que ela foi treinada pelo Steven Seagal também?), se perguntava se tudo isso era realmente necessário, um “Me desculpe, mas não gosto mais de você” não resolveria?


Provavelmente não, sempre haveria a esperança.


Esperança essa, que tratou de ser aniquilada, para seu próprio bem, ele concluiria depois, mas ainda era cedo para entender...


Dale tiempo al tiempo, diria Rodolfo Paéz, mas a morte não permite esse tempo... não na cabeça dele.


Mas não importava, o que ele pensava não importava, nem para ele mesmo.


Só restava o sepultamento e o luto por cada sensação...


Luciano

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